Ok. Antes de começar a ler esse post, respire fundo, conte até dez e lembre-se: eu tenho o direito de pensar e de expressar os meus pensamentos! Você pode não concordar com a minha opinião, mas pode e deve respeitá-la. Digo isso... aliás, escrevo... porque já tentei abordar o assunto das paletas de trocentas cores de sombras aqui no blog e foi uma bagunça. Algumas meninas decidiram ser ferrenhas defensoras das marcas chinesas e quase me crucifixaram. Dessa vez, quero lembrar que esse é um blog pessoal, que as opiniões do post são minhas e que exijo respeito e educação em minhas relações físicas e virtuais. Ok? Tudo certo. Vamos começar!
Pra início de conversa, eu preciso admitir: NÃO GOSTO DE PALETAS DE CENTO E LÁ VAI CACETADA CORES! E não gosto por vários motivos.
- Das várias cores, poucas realmente combinam com a minha pele;
- Não sou maquiadora profissional (ainda... mas serei!), então não usaria todas as sombras antes da validade se extinguir;
- Não confio na procedência das paletas.
Depois de uma conversa com a dona de uma loja de maquiagens, e depois de ler alguns posts sobre as benditas paletas, formei seriamente a minha opinião sobre isso.
Não sou ingênua, sei que todas (ok, quase todas) as maquiagens são feitas na China. O país é uma grande indústria e produz para marcas do mundo todo. Pense numa marca famosa e que vende no mundo todo. Sim, os produtos dela provavelmente são feitos na China. Isso porque lá a mão de obra é mais barata, o controle de qualidade do meio ambiente é negligenciado, os impostos são menores e a indústria realmente leva vantagem frente aos outros países. Então tá. E porque a minha implicância com a maquiagem que vem da China? Não é bem pela maquiagem que vem da China o meu desagrado. O problema são as makes que chegam aqui sem nenhuma vigilância, certificação, teste ou selo de qualidade.
Muita gente reclama do governo, sobretudo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas não sabe realmente como ela funciona. Já vi muito post em blog de maquiagem dizendo que a Anvisa barra os produtos importados apenas porque eles não pagam impostos. Bem, até é verdade, mas tem muito mais por trás disso. Para conseguir o aval da Anvisa e poder distribuir produtos no Brasil, a empresa tem de provar com documentos e exames que sua mercadoria é boa, não nociva. A empresa precisa comprovar que sua matéria prima é de boa procedência, que não causará envenenamento, alergias, etc. Mais que isso, a empresa também precisa comprovar que está com os documentos em dia em seu país, que não é empresa de fundo de quintal, essas coisas. É sempre assim? Não! Todas as empresas que vendem aqui são 100% legais? Não também. Mas pelo menos a Anvisa tenta.
Num país corrupto e cheio de histórias macabras como o Brasil, a gente até desconfia que tudo isso é desculpa para recolher impostos altíssimos e ganhar em cima dos estrangeiros. É, tem seu fundo de verdade, mas não para por aí. No Brasil, temos o SUS (Sistema Único de Saúde), que pode até ser péssimo hoje em dia, mas é de graça, o que não ocorre em muitos países desenvolvidos. Você acha mesmo que é do interesse do governo que a população use produtos que entraram no país sem pagar impostos e que farão mal à população, que terá complicações na saúde e terá de recorrer aos hospitais que são pagos com dinheiro dos impostos? Ooooi?! Claro que não! Hospital, médico, enfermeiro, remédios, cirurgias, alimentação... tudo isso é muito caro! Sendo assim, é melhor controlar o que entra no país, do que controlar as pessoas que adoecem no país por causa do que entrou.
Continuando, Dona Fulaninha comprou uma paleta de 120 cores Modelo Y e tá toda feliz da vida. A paleta foi barata, o frete também, depois de uns 20 dias ela chegou em casa e é só alegria. Será? Bem, se a Dona Fulaninha for uma pessoa de saúde de ouro e pele resistente, não terá nenhum problema. Mas se Dona Fulaninha tiver uma irritação, uma alergia a algum componente da paleta, o que ela faz? Senta e chora, minha amiga! Para quem ela vai reclamar? Qual o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) vai atendê-la? Quem se responsabilizará? Sinto muito, mas a resposta é: SE FERROU!
Puxe pela memória e se recorde do caso das próteses de silicone de uma empresa francesa que há alguns meses começaram a dar problemas. O governo viu o problema, alertou os médicos, proibiu a venda das próteses no país, recolheu as que já estavam no mercado e avisou a população sobre o problema. Inclusive, anunciou que faria a cirurgia para troca de próteses no SUS para as mulheres que haviam usado as tais próteses. Tudo isso aconteceu porque o governo tinha o controle do problema, do tamanho do dano, estimativa das mulheres que usaram as próteses, documentos, dados, etc. Agora, se o governo não tem controle sobre a tal paleta da Dona Fulaninha, quando der problema... Lascou!!!
Uma alergia séria pode levar à cegueira, bolhas na pele, feridas sérias com pus, queloides e muitos outros problemas. E esses não são o tipo de coisa divertida que desejo para mim.
Já fiz sorteios aqui no blog onde o prêmio era uma paleta chinesa. Me envergonho disso e peço desculpas por quem levou as paletas para casa. Espero que não tenha feito nenhum mal. Antes eu não pensava sobre isso e não via a minha responsabilidade no assunto. Agora eu tenho mais percepção da minha influência sobre as leitoras e definitivamente não vou mais estimular a compra ou uso de produtos sem certificação no país. Na boa, hoje em dia eu prefiro pagar mais caro em uma maquiagem "de marca" do que me arriscar (ou às minhas leitoras). Se bem que nem isso mais é preciso. Graças a Deus, atualmente temos marcas nacionais e importadas de muita qualidade e segurança, antialérgicas ou não, com testes em animais ou não (beijos, Docinho!), que prezam pela saúde do consumidor e que têm preços bem em conta.
Mas se você, leitora, acha que tudo o que eu escrevi é besteira... Bem, está por sua conta e risco. Eu desejo, do fundo do meu coração, que não venha a ter problemas, que sua saúde seja de ferro!
Beijinhos;
*Ps. Esse post pode ter uma continuação! Dê a sua opinião, conte a sua história pelo e-mail gilizarda@vaigarota.com e me ajude com o próximo post sobre o assunto.