Hey, garota! Voltei com mais um post da série "Confissões de uma noiva", desta vez para falar do complicado relacionamento da noiva com sua mãe.
Minha mãe ficou viúva aos 36 anos e desde então não quis mais ninguém em sua vida, nem mesmo a namorar ela voltou. Respeito as suas escolhas e admito que foi bem mais fácil para mim e meus irmãos não precisarmos aceitar outros "caras" no lugar de nosso amado pai. Ela ficou viúva quando eu tinha 9 anos, meu irmão 13 e minha irmã mais velha 18. Mamis começou a trabalhar fora e em casa nós dividíamos as tarefas para ajudá-la. Nos tornamos bastante unidos e super grudados na mãe (bem, pelo menos minha irmã e eu sim). Tenho orgulho de dizer que tenho não só uma mãe, mas uma grande amiga.
Minha irmã se casou aos 19 e meu irmão logo conheceu o mundo, as farras e as mulheres. Ou seja, sempre fui a companhia da mamãe, indo às compras, cuidando dela quando doente, ouvindo as alegrias e reclamações da viúva. Não vou mentir que nossa relação não teve muitos altos e baixos desde que entrei na adolescência e que é raro nós nos estranharmos pela casa, mas no geral convivemos bem. Sendo a única companheira de minha mãe, sabia que quando resolvesse casar, ela sentiria ciúmes e solidão. Pois é... foi só começarem os preparativos para a coisa ficar feia.
É encrenca por tudo! Fecho um contrato, ela reclama que ficou caro. Resolvo algo sem perguntar, ela faz bico. Não quero convidar a prima da prima em segundo grau, ela reclama. Dia desses o noivo comentou com ela que tínhamos feito um orçamento para o dia da noiva e que havíamos gostado do preço (aproximadamente 900 reais) e ela me solta a pérola: "- Cuidei da noiva a minha vida inteira e não recebo nada. O salão ganha uma fortuna para arrumá-la em um dia." Posso com isso???
Sem falar que não ganho ajuda pra nada. Noivo e eu corremos atrás de tudo, pagando com sufoco e pesquisando todos os detalhes. Ela torce a cara e ainda põe defeito nas escolhas. No dia em que fechei os padrinhos, o drama foi grande porque não convidei nenhum de meus tios para o séquito. Tirando a visita à costureira, nunca que ela me deu o prazer de sua companhia no referente aos preparativos do casamento. Sempre há uma desculpa para não me acompanhar.
Não posso reclamar da ajuda financeira, já que só tenho um enxoval decente graças aos inúmeros presentes que ela chega carregando todo mês. O vestido de noiva e a lua de mel nós também ganhamos da mamis. Mas sabe o que eu queria mesmo? Colo, cafuné, um "tudo vai dar certo" e um "vocês serão muito felizes". É tão assustador estar saindo de casa, começando uma nova vida com alguém que nunca nem passou uma noite inteira comigo, passar de caçula à esposa. Eu tô em pânico! Sem falar do estresse com a organização e as noites mal dormidas. Só queria que a minha mãezinha estivesse comigo, visitando salões, degustando em buffets. É pedir demais?
Entendo que ela já esteja sentindo a solidão batendo á porta, talvez até já desapegando de mim para não sentir tanto a minha falta. Nós podíamos agora aproveitar nossos últimos dias juntas, sob o mesmo teto, sorrindo e conversando até tarde. O que eu sinto é um distanciamento enorme, uma saudade adiantada, um aperto que me diz que nunca mais a nossa relação será a mesma. Não estou pronta para deixar de ser o bebê, quero meus quatro últimos meses de filhinha da mamãe.
E nem posso dizer que não fui avisada, pois minha irmã contou, assim que noivei, que nos últimos meses antes de se casar a mãe mal falava com ela. Não quero! Eu preciso da minha mãe!!! Me recuso a viver como uma estranha hóspede temporária.
Ai, não dá mais! Ou eu paro esse post agora, ou afogo o teclado. Aff...
Beijos;