Confissões de uma noiva

Hey, girl! Faltam 5 meses e alguns dias para o meu casamento. Apesar de estar marcado há quase um ano, ainda não tinha falado especificamente sobre esse assunto. Tento fazer o Vai Garota! de um jeito profissional, com posts em todos os dias úteis, me focando em assuntos de beleza, moda e saúde. Mas será que tem mesmo como fazer um blog - que nasceu para ser um diário virtual - sem deixar o lado pessoal? Tem como dar minhas opiniões sem deixar um tanto (enorme) de mim nas impressões? Tem como você aí do outro lado da tela saber o que uso nos olhos/boca/face/pé/mão e não saber o que está ocupando meus dias, pensamento, vontade e tudo mais? Decidi que não. O Vai Garota! é lido por muita gente que torce por mim, que quer me ver feliz. Tá... também tem muita gente que me acha uma chata e quer ver meu fim. Bem, para esses eu não ligo.

Quando penso em casamento, a primeira coisa que me vem a cabeça hoje em dia é: "Puxa, como isso dá trabalho!" e "Ah, graças a Deus só vou fazer isso uma vez na vida!". Não que eu não goste de casamentos, sobretudo o meu que foi tão esperado, desejado e planejado. Não é isso. Adoro estar noiva, amo meu noivo, estou louca para que o dia chegue logo, dar esse passo imenso na minha vida, me unir à pessoa que faz os meus dias terem sentido, ter minha casa, um lar feliz, uma família. Mas sério... detesto organizar casamento. Não levo jeito pra isso.

Passo a semana toda me preocupando. A lista de convidados está certa? Não esqueci ninguém? Tenho de ligar pro fotógrafo! Cadê aquele orçamento do bolo? Hey, estou gorda... como vou entrar em um vestido branco? Dentre outras perguntas... Tô um caco porque todo sábado tenho de andar, andar, andar, pesquisar, comparar, pechinchar, discutir. E o preço das coisas? Pela hora da morte, colega! Só na igreja já gastamos milhares de reais (trajes, ornamentação, cerimonial...). Tudo o que eu queria era ter bastante dinheiro para pagar alguém que fizesse tudo isso para mim. No dia eu iria chegar linda e poderosa só para brilhar.

O pior é que algumas amigas ficam me dizendo: "Você vai sentir falta disso. É muito divertido. Você vai ver!". Me desculpem, mas eu não concordo. Ou será que nasci "quebrada"? Não acho nada divertido. É massante, cansativo, tem um monte de coisas fúteis e algumas que você faz só para cumprir tabela ou agradar ou pais. Pelo meu noivo e por mim a gente só casava na igreja com familiares e amigos íntimos, sem festa e logo depois viajaríamos. Mas nãããão... tem de ter recepção porque minha mãe quer, tem de chamar pessoas que nem conhecemos direito porque o pai do noivo quer, tem de convidar gente com quem nunca conversei porque senão há choro e ranger de dentes. E tem de fazer lacinhos, lembrancinhas, chá de panela, despedida... um monte de coisas! Aí depois perguntam porque eu tô estressada, porque choro à toa, porque tô pirando.

Meu cabelo está caindo às pencas, minha pele pipoca de espinhas, pneuzinhos em lugares estratégicos e a labirintite (velha companheira!) resolveu fazer uma visita de looonga duração e parece que só vai embora depois da lua de mel. Ah, sim, ainda tem gente que fala que vou me divertir. Eu devo ter vindo "quebrada" de fábrica. Só pode!

Beijos da noiva neurótica;